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Rogério Moraes: Paraense fez história e foi o primeiro brasileiro a ganhar a Champions League de han


Nesse ano, pela primeira vez, um brasileiro foi campeão da Champions League de handebol masculino. Foi o pivô Rogério Moraes, que atua no Vardar, da Macedônia, e natural de Abaetetuba , interior do Pará. O jogador, de 23 anos e 2,04m, fez história no handebol brasileiro, no qual apenas as mulheres haviam levantado o troféu, como é o caso da armadora Duda Amorim, que foi tricampeã esse ano pelo Gyor da Hungria. Na comemoração do título, a bandeira brasileira esteve presente no alto do pódio.

O time macedônio bateu o favorito Paris Saint Germain no dia 4 de junho, por 24 a 23, com gol marcado no último segundo da partida. O time francês conta com vários craques que foram campeões do último mundial de seleções, no início de 2017, como o goleiro Thierry Omeyer e Daniel Narcise, além dos irmãos Nikola e Luka Karabatic. Foi a primeira vez que o time chegou ao final four da competição, que são as semifinais. No primeiro jogo, a equipe havia ganhado do octacampeão Barcelona, por 26 a 25.

Ano passado, o brasileiro já havia chegado ao final four e ficado em quarto lugar pelo Kiel, da Alemanha. Além das conquistas pelo clube, Rogério Moraes também vem atuando pela seleção brasileira principal nos últimos dois anos, nas participações do Mundial de 2017, Torneio Internacional do Catar e das Quatro Nações em 2016 e da Supercopa em 2015. De férias no Brasil após o fim da temporada pela equipe da Macedônia, o pivô contou ao Esporte Total sobre a emoção da conquista do título, as dificuldades enfrentadas na carreira, a evolução do handebol masculino brasileiro e os objetivos profissionais com o clube e a seleção brasileira.

Esporte Total: Como foi a emoção de ser o primeiro brasileiro a ganhar a Champions League de handebol masculino?

Rogério Moraes: Bom, primeiro eu me sinto muito feliz e orgulhoso pelo ano vitorioso que eu tive, pelas conquistas com meu clube, com as conquistas pra minha carreira. Nós trabalhamos muito duro esse ano e no final fomos coroados com uma temporada perfeita!

Ser o primeiro brasileiro campeão da Champions League, sem dúvida alguma, faz essa conquista ainda mais especial pra mim. Espero que com isso possa aumentar cada vez mais o número de atletas jogando na Europa, que as portas se abram para os brasileiros lá fora, e que outros possam ganhar esse título. Pois só assim vamos crescer como seleção também!

Esporte Total: A quem você dedica esse título e quem foi seu maior incentivador no esporte?

Rogério Moraes: Sem dúvidas, dedico esse título à minha família; à minha mãe, que sempre esteve do meu lado desde que eu comecei a jogar, me ajudando em tudo para não desistir do esporte; à minha esposa, que está comigo no dia a dia, me fazendo acreditar em mim mesmo e me apoiando, pois não é fácil estar jogando em alto rendimento e longe de familiares e amigos. Hoje, ela é a minha casa!

E a várias outras pessoas que me ajudaram, pois ninguém chega tão longe sozinho. Muitas pessoas passam pela tua vida e te ajudam de alguma forma. Para essas pessoas eu deixo meu muito obrigado e jamais as esquecerei. Fica difícil citar nomes, posso acabar esquecendo alguém e ser injusto, mas quem me ajudou sabe do que estou falando!

Esporte Total: Como vê a evolução do handebol masculino brasileiro nos últimos anos, após conquistas individuais como a sua e a boa participação na Rio 2016?

Rogério Moraes: Sem dúvida, o handebol do Brasil vem evoluindo, com muitos jogadores atuando na Europa nos últimos anos. Isso faz com que a seleção evolua e amadureça. Nós temos hoje uma seleção muito jovem, que já é muito boa e com certeza tem muito pra melhorar e levar o handebol do Brasil no topo do mundo!

Esporte Total: Você é natural de Abaetetuba, no interior do Pará. Quais as principais dificuldades dos atletas que não vêm do eixo Sul- Sudeste?

Rogério Moraes: Bom, sem dúvida é muito complicado, pois quem joga na região Norte - Nordeste não tem um nível de competitividade alta, e a falta de estrutura também atrapalha o jogador a evoluir na modalidade e sonhar em chegar à seleção brasileira, principalmente da região Norte, que é de onde eu sou. Quando eu sai do Pará, passei por inúmeras dificuldades. A primeira foi ir a um acampamento da seleção brasileira em um Palio 1.0 de Belém até Recife, 2 dias de viagem em um carro lotado e apertado, pois na época não tínhamos condições de ir de outra forma, além de várias outras dificuldades que passam os jogadores de handebol da região Norte. O atleta paga tudo pra poder jogar um campeonato estadual, desde a sua passagem até a arbitragem para o jogo!

Mas hoje, o desenvolvimento dos acampamentos da seleção brasileira de handebol em todas as capitais fez com que todos tenham a oportunidade de serem vistos, de poderem realizar o sonho de ser um jogador profissional e de chegar na seleção. Esse projeto foi criado pelo ex-treinador da seleção brasileira, o espanhol Jordi Ribera, atual treinador da Espanha. Esses acampamentos fazem com que jovens tenham mais interesse pelo esporte, e a modalidade só cresce no país!

Esporte Total: Quais seus principais objetivos profissionais no clube e na seleção brasileira?

Rogério Moraes: Bom, pessoalmente eu quero seguir melhorando individualmente. Sou muito jovem ainda e tenho muito pra aprender e evoluir, quero seguir nesse caminho e pouco a pouco buscar meu espaço. E com isso as portas irão se abrir na seleção. Espero continuar sendo convocado e ter a oportunidade de mostrar meu trabalho na seleção, mas pra isso acontecer eu tenho que me preparar bem no clube. A seleção é consequência de um bom trabalho no clube. Por isso, agora só penso no meu clube, pois temos uma temporada cheia de competições importantes e quero continuar ganhando títulos!

Esporte Total: Rogério, assim como a maioria dos jogadores de handebol da seleção, você atua na Europa. O que você mais sente falta do Brasil e como se acostumar a viver num país tão diferente como a Macedônia?

Rogério Moraes: Eu sinto mais falta da minha família, sem dúvida! A ausência deles é complicada, mas lá na Macedônia eu tenho a minha esposa, que está comigo sempre. É um país onde as pessoas são muito receptivas e te deixam super a vontade, além de ter vários amigos ali, inclusive brasileiros que jogam futebol no país. Sempre que possível, marcamos uma reunião regada de churrasco à moda brasileira, com cerveja e pagode. Eu me sinto muito em casa na Macedônia, pois é um país que me acolheu, e no qual eu escrevi uma parte muito bonita da minha carreira como jogador!

Vanessa Huback

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