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Juciely muda o jogo e Sesc é novamente campeão carioca


Em uma reedição das últimas finais, Sesc-RJ e Fluminense se enfrentaram nesta segunda-feira, no Tijuca Tênis Clube. O time de Bernardinho faturou seu 14º título carioca, o segundo seguido, após uma vitória apertada, por 3 sets a 2 (25/21, 23/25, 16/25, 25/19 e 15/12). Após um bom começo, a equipe do Sesc-RJ caiu de rendimento, e viu o Fluminense abrir 2 sets a 1. A virada passa pelo nome de Juciely Silva, que vem recuperando sua forma e entrou com muita energia e vontade no jogo.

Além de Juciely, destaca-se a atuação da ponteira dominicana Peña, que entrou muito bem no quarto set, e da ponteira russa Tatiana Kosheleva, eleita o destaque da partida. Kosheleva chegou essa temporada ao Sesc-RJ, buscando a voltar a jogar em alto rendimento, após sete meses afastada por uma lesão no joelho. “Fiquei muito emocionada com o troféu, e divido a conquista com as minhas colegas de equipe. Ainda não estou nas minhas melhores condições, mas estou me dedicando ao máximo. Foi incrível esse momento e ver a torcida nos apoiando”, afirmou a atleta.

O time do Sesc manteve a maior parte do seu elenco, com exceção da central Vivian, que foi para o Barueri, e dos xodós Gabi, que foi para o Minas, e Fabi, que se aposentou. Chegaram à equipe Kosheleva e a central Bia. Gabiru, que jogava como ponteira, passou a atuar como líbero. O time ainda está sofrendo um pouco no passe, mas ainda terá a volta da ponteira Drussyla, que está se recuperando de lesão, durante a primeira fase da Superliga.

Juciely está desde 2010 na equipe carioca, sendo importantíssima nas últimas conquistas do time. A central de 1,84m e 37 anos esbanja disposição e talento, tendo sido muito efetiva nos bloqueios desde o quarto set, além de recuperar a confiança da equipe com a sua vibração. A atleta, que disputou a Rio2016, teve uma lesão no joelho no ano passado e ficou de fora da maior parte da temporada. Durante a pré-temporada, Juciely vem recuperando a sua forma, para poder ajudar a equipe do Sesc- RJ em busca de mais títulos.

Após a premiação pelo título carioca, Juciely conversou com o Esporte Total, falando um pouco sobre a final do Carioca, o apoio da torcida, as mudanças na equipe, e a sua recuperação durante a pré-temporada.

Esporte Total: O que você pode comentar dessa final emocionante, decidida nos detalhes?

Juciely Silva: O jogo da classificatória, que o Sesc perdeu de 3 a 2, já tinha mostrado que não seria um jogo fácil contra o Fluminense essa final. O time do Fluminense mudou muito. Eu acho que o poder de ataque deles está muito maior essa temporada. A gente sofreu um pouco nessa partida. Começamos bem no primeiro set, depois eles começaram a desequilibrar o nosso passe no segundo set. Aí o nosso time passou a não definir tanto as bolas como estava fazendo antes. Ao contrário, o time do Fluminense passou a sacar muito bem. Então, ficou muito evidente para mim, nessa final, que somos um time. A gente sai do banco para tentar ajudar, mudar alguma coisa. Porque a gente estava perdendo de 2 sets a 1, e era preciso mudar para virar o jogo. Eu agradeço a força do grupo, que foi muito importante para essa conquista do título carioca. Não é fácil ganhar de uma grande equipe, como o Fluminense.

Esporte Total: Na final, vocês atuaram dentro de casa, com o apoio da torcida. Qual a importância da torcida para a conquista de mais um título para o Sesc- RJ?

Juciely Silva: A nossa torcida sempre empurra, em qualquer situação em que o nosso time esteja, seja ganhando ou perdendo. Os torcedores estão sempre do nosso lado, e a torcida representa o nosso último jogador. Podemos dizer que é um jogador mesmo, pois está sempre com a gente, em todas as situações. E a importância de jogar em casa foi bem evidente. No classificatório, contra o Fluminense, em Laranjeiras, eles tentaram nos apoiar, mas não conseguimos ganhar. Na final, graças a Deus, a vitória veio e conquistamos o título.

Esporte Total: Essa temporada o time sofreu as baixas da Fabi e da Gabi. No entanto, trouxe Bia e Kosheleva. Como você vê essas mudanças?

Juciely Silva: Nós tivemos grandes perdas. A Fabi é uma líder nata, que comandava o nosso fundo de quadra, era uma sintonia. Mas a Gabiru vem para ajudar, para somar, e está correndo muito atrás para poder ajudar, de qualquer forma que seja. A vinda da Bia veio para somar também, é uma ótima menina, e está aí ajudando a equipe. A Kosheleva é um ser humano extraordinário, além de uma jogadora incrível. Desde o primeiro momento que ela pisou aqui, ela se esforça, se doa de uma tal maneira, que é muito bom estar do lado dela e carregar essa energia que ela traz. Porque isso só soma para a gente, estar do lado, e também para o grupo. Ficou retratado aqui a emoção da conquista do título estadual. Elas vieram para somar, para ajudar. Nós tivemos as perdas, mas a gente está tentando reconstruir a cara de um novo time.

Esporte Total: Você passou a maior parte da temporada passada se recuperando de uma lesão no joelho. Como você se vê fisicamente neste início de temporada?

Juciely Silva: Eu não sou uma garotinha de 20 anos, e todo mundo sabe disso. Eu sofri muito no ano passado, era muita dor. Eu me entreguei muito nesses meses de preparação para poder estar bem nesse momento. Para ajudar de qualquer forma que seja, estando no banco ou na quadra. Ali no banco moralmente, dando dicas e instruções. Dentro de quadra, com a minha energia e vontade, de querer muito ganhar. E isso é algo meu, eu quero muito jogar, mesmo sendo mais velha. Mas eu realmente preciso de cuidados, e todo mundo sabe disso. Eu estou bem, graças a Deus, e a gente pretende manter isso até o fim da temporada. Isso quer dizer que vamos rodar muito.

Vanessa Huback

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